Em seguimento da proposta elaborada pelo grupo Alter-Ego, o grupo UrbanPlan expõe a sua auto-avaliação relativamente a todo o trabalho realizado até ora.
De uma forma sucinta, no decorrer do primeiro período procedemos ao levantamento online dos aspectos mais mediáticos a nosso ver com que nos deparámos e/ou surgiram na elaboração da nossa pesquisa e excogitação do actual estado de Lamego.
Por conseguinte, a nossa ordem de trabalhos foi a seguinte:
Naturalmente que todo o trabalho escrito desenvolvido será o "capitulo I" do relatório que será entregue ao CCC. Não podemos no entanto abstermo-nos de um compromisso que incutimos em nós aquando da inicial aceitação do projecto. O trabalho escrito desenvolvido será acção transformada em produto de múltiplos esforços.
O grupo URBANPLAN deseja aos organizadores e a todos os colegas do projecto Cidades Criativas um feliz ano de 2008.
Como é do conhecimento geral, os concelhos de pequena e média dimensões encontram-se excessivamente dependentes dos fundos comunitários nos seus planos orçamentais.
Este facto vem demonstrar a pouca disponibilidade financeira de que dispõem as autarquias deste género. Consequentemente, todos os projectos megalomonos que seguirem avante requerem um aumento de receitas subjacentes conjuntamente com a autorização do Tribunal de Contas. Deste modo , proporcionámos especial ênfase à avaliação da cidade consoante as suas limitações nas transferências de capitais.
Após esta breve introdução prosseguimos com uma reflexão mais minuciosa e, naturalmente, de índole pessoal, uma vez que todo o nosso trabalho é exclusivamente da nossa autoria.
Por conseguinte, os domínios que carecem de maior urgência na sua reestruturação / acréscimo segundo o nosso parecer são:
É de uma importância fucral a existência de infra-estruturas básicas que assegurem alguma qualidade de vida base. Conquanto a cidade de Lamego não possua nenhuma falha a destacar neste parámetro, o mesmo não se aplica a alguns dos municípios constituintes do seu concelho. A salientar a ausência parcial de saneamento básico em determinados municípios. Será uma obra dispendiosa porém crucial na salvaguarda da população residente.
Cremos que esta lacuna seja imperdoável num país desenvolvido em pleno século XXI.
O Turismo é por excelência a imagem de marca lamecence. É de louvar o esforço da autarquia (que atravessa uma situação financeira periclitante) na promoção deste; substancialmente na publicidade à festa rainha de Lamego (referimo-nos inevitavelmente à Festa de Nossa Senhora Dos Remédios). Todavia, julgamos que o turismo em Lamego se encontre subaproveitado. É vital ser-se criativo e lucrar com a mesma criatividade alcançada, especialmente quando a cidade possui um potencial colossal por aproveitar.
O grupo UrbanPlan sugere, à semelhança do verificado em países como a Suiça, a "privatização" de monumentos degradados em perigo de desmorronamento e de eventual dispendiosa recuperação a empresas privadas que reabilitem os centros históricos em questão e os preservem doravante usufruindo destes por via do turismo.
Esta medida teria como repercussões sadias não somente a reconstrução espacial da temporalidade passada como em uníssono a criacção de postos de trabalho, a rentabilização do turismo, a salvaguarda do património local e o aumento de dividendos para a autarquia.
A única vicissitude inerente será a obtenção de licenciamento por parte da IPAR.
Como diz o poeta: "O Homem sonha e a Obra nasce".
Na era actual as acessibilidades assumem-se como um factor chave para a atracção de indústrias e bens. É de visar a necessidade da existência de um conjunto de artérias citadinas e vias estruturantes que possibilitem o deslizamento com relativa facilidade do tráfego existente para diversas direcções, e inclusivamente, com o aumento do tráfego actual.
Todavia, esta não é a situação vivenciada em Lamego. Alguns dos acessos estão saturados, e, na eventualidade de um aumento de tráfego local, a circulação sofrerá exponencialmente os engarrafamentos já rotineiros às horas de ponta em determinados pontos específicos.
Como solução frisamos as sugestões previamente referidas neste blog. Conquanto se trate de um investimento exorbitante, julgamos que seja a melhor medida a tomar a longo prazo, caso não queiramos um progressivo aumento do caos rodoviário lamecence. Não obstante, a zona industrial recentemente planeada e aprovada pela autarquia municipal no município de Várzea de Abrunhais estará em desvantagem face às suas concorrentes perante a sua inferioridade neste mesmo campo mencionado.
Em virtude da reducção do PIDDAC no respeitante ao orçamento de 2008 e, em uníssono para com as previsões pessimistas de uma progressiva redução do mesmo nos anos subsequentes, cremos por bem contactar a Câmara Municipal de Lamego, facultando a esta os nossos projectos estruturantes, substancialmente os de maior dispêndio monetário (nomeadamente os relativos ao campo rodoviário). Face à estimada diminuição do orçamento disponibilizado, é imperativo rentabilizar os fundos disponiveis tendo sempre em mente a durabilidade das infra-estruturas e investindo em longo prazo. Por conseguinte, é imperativo agir, tomar medidas benfajezas e remediar as lacunas presentes na cidade. Em suma, é tempo de actuar, de fazer algo.
Deste modo, esperemos que a autarquia receba de bons olhos as nossas ideias; não como qualquer género de ofensa, porém como uma medida empreendedora em benefício da cidade e consequentemente de todos nós, seus cidadãos.
Obs: Para todos os "leigos" dentro dos planos orçamentais, PIDDAC é a abreviatura de Programa de Investimento e Despesa de Desenvolvimento da Administração Central.
Terá sido através de um mercador inglês que o depois denominado vinho do Porto passou a ser conhecido e comercializado em Inglaterra. Este mercador, sediado em Viana do Castelo, viajou, a determinada altura, por terras do Douro, tendo ficado hospedado no Convento de Santa Cruz, em Lamego. Ali foi obsequiado pelos monges, que no final de um magnífico repasto, foi brindado com um saboroso vinho de sobremesa "entre ambarado e fogo, que a Ordem colhia num seu couto ou quinta ribeirinha do Douro". Este inglês, "estarrecido" com tal bebida, pois nunca tinha provado coisa melhor na vida, depressa tornou a Lamego para "comprar alguns almudes do precioso néctar". Assim se terá começado a conhecer o vinho generoso de Lamego que, pelo rio Douro abaixo, era desembarcado em Vila Nova de Gaia, para, depois de devidamente tratado, ser exportado para o estrangeiro. Daqui também o nome porque ficou, durante algum tempo, conhecido - Vinho de embarque - cuja verdadeira expansão se inicia, em grande escala, na segunda metade do séc. XVII.
É já no século XVIII, com o Tratado de Methwen, celebrado entre Portugal e Inglaterra, através do qual este país dá condições aduaneiras favoráveis à entrada dos vinhos nacionais, que o vinho do Porto passa a afirmar-se como produto de qualidade internacional, aumentando permanentemente o número de apreciadores e consumidores, não só em Inglaterra, que até 1963 foi o primeiro importador desta bebida de excepção, como em França, que ocupa presentemente esse lugar e, progressivamente, em muitos países do Mundo onde a fama deste vinho conseguiu chegar.
Texto do Dr. Agostinho Ribeiro, Director do Museu de Lamego.
No decurso da nossa pesquisa e excogitação relativa ao actual estado da cidade de Lamego deparámo-nos inevitavelmente com divergências no desenvolvimentos de determinadas áreas.
Em primogénito, o nosso espanto pelos acessos e artérias rodoviárias da cidade. Conquanto estivessemos a par do panorama negativo destas, as nossas expectativas estavam aquém da realidade.
É de uma naturalidade surpreendente o desenrolar de engarrafamentos em pontos críticos da cidade que incrivelmente se verificam com uma "fulminante" pontualidade. De frisar, para além da situação já previamente analisada, a principal entrada de Lamego, uma péssima imagem de marca para os automobilistas que acedem a Lamego por via da SCUT A24. É com uma frequência avassaladora que este acesso à cidade se encontra saturado e intransitável à hora de ponta. Não obstante a falta de estacionamento capaz de satisfazer as necessidades da escola da Sé e dos moradores locais em uníssono, o mau estado do piso condiciona igualmente o fluxo de transito.
A ideia proposta pelos UrbanPlan (em conformidade para com a obra já realizada pela autarquia ao reestruturar a via gerando uma dupla circulação num dos sentidos e um espaço exclusivo destinado à paragem dos transportes escolares) é a construção de uma ponte em curva situada paralelamente à já existente. Deste modo pretende-se estabelecer uma ligação rodoviária entre dois pontos opostos da cidade que forneça igualmente um acesso mais directo ao centro da povoação de Lamego e que posteriormente possa inclusivamente ser utilizada como uma variante à cidade.
Em suma, perante as informações de que dispomos actualmente, o campo rodoviário assume-se indubitavelmente como o ponto negro da cidade.
No revés da medalha, encontramos o campo cultural. Através do que os meios comunicativos possibilitam, este campo tem sido dinamicamente promovido e fortificado pela Câmara Municipal respectiva. Com especial destaque, gostariamos de referenciar a publicação de "Lamego Em Revista". Este boletim informativo possui um moralizante e apelativo incentivo ao desenvolvimento de novas implementações nas tradições locais sem nunca colocar de parte o valor da cultura já existente, num acto contínuo de preservação do histórico e na evolução do presente.
Obs: de forma a não tornar a leitura deste escrito maçadora não abordámos as restantes áreas trabalhadas nesta análise intermédia à cidade.